domingo, 25 de janeiro de 2009

Intoxicações


Compreender a intoxicação...

Tóxico - é toda a substância, independentemente da sua origem, que ao entrar em contacto com o organismo, vai provocar alterações funcionais, podendo mesmo causar a morte.

Intoxicação - São as causas e os efeitos provocados por um tóxico quando em contacto com o organismo.

Tóxicos mais frequentes

  • Produtos industriais: ex: cloro, amoníaco, brometos;
  • Produtos agrícolas: ex: herbicidas, pesticidas, fungicidas;
  • Alimentos: ex: conservas, mariscos , ovos;
  • Medicamentos: ex: analgésicos, tranquilizantes, narcóticos;
  • Produtos de uso doméstico: ex: detergentes, produtos de higiene pessoal;
  • Plantas: ex: bagas de azevinho.
Sintomatologia
A universalidade de produtos tóxicos provoca sintomatologia diversa.
Assim, é fundamental não só o exame geral da vítima como também uma atenta observação dos diversos cenários que se podem encontrar junto desta, tais como:
- Odor pouco habitual;
- Seringa ou caixa de medicamentos;
- Grupo de pessoas com uma linha sintomatológica idêntica após determinada refeição.

Queimaduras - Primeiro Socorro

Queimadura - O que fazer?
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1º Grau
- Arrefecer o mais possível até a dor desaparecer por completo, colocando sobre a zona atingida compressas ou panos limpos sem pêlos, molhados com soro fisiológico ou com gelo.
- Pode também colocar a área lesada debaixo de água corrente (o jacto da água deverá ter pressão média) durante cinco a dez minutos.
- Se a pessoa tiver anéis ou pulseiras deverá retirá-los aquando da lavagem da queimadura. Assim, o anel ou pulseira serão retirados deslizando sobre a pele, sem causar atritos.
- Depois da lavagem, secar suavemente a zona afectada.
- Deverá passar um antiséptico não irritante.
- Nunca, em caso algum, deverá colocar na pele cremes, pomadas, loções ou remédios caseiros, como farinha, manteiga ou óleo.
- Por fim, colocar uma gaze esterilizada que cubra toda a região da lesão e prendê-la com um adesivo.

2º Grau
Arrefecer com soro fisiológico. Se necessário, promover a evacuação da vítima para o hospital. Não rebentar as flictenas.


3º Grau
No caso de queimaduras graves (e extensas) será necessário o tratamento hospitalar. Por isso mesmo, nestes casos, deverá contactar o pessoal médico e chamar uma ambulância.
No caso de se prever que a equipa médica não chegará rapidamente, aproximadamente em meia hora, é conveniente:
- Dar de beber à vítima, a fim de a hidratar.
- Retirar a roupa, rasgando-a com uma tesoura. Nunca deverá arrancar a mesma ou quaisquer objectos agarrados à pele ou carbonizados.
- Se a pessoa possuir anéis ou pulseiras estes deverão ser retirados, com a ajuda de água fria, antes que a inflamação não o permita.
- Deverá molhar a zona afectada com água fria ou cobrir com um lençol ou toalha molhados. Isto ajudará a atenuar e a arrefecer a ferida.
- Ajudará, ainda, se virar a vítima com a boca para cima e as pernas ligeiramente levantadas em relação ao corpo.
- Deverá vigiar os sinais vitais: nível de consciência, respiração e pulsação) e comunicá-los assim que chegar a ambulância.
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Casos Especiais
  • Queimaduras nos olhos - Lavar com um fio de soro fisiológico corrente, do canto lacrimal (interno) para o canto temporal (externo). Deixar o globo ocular humedecido. Colocar a vítima num ambiente com pouca luz, a fim de evitar a colagem das pálpebras - óculos escuros. Não fazer penso oclusivo.
  • Queimaduras nas articulações e em zonas de contacto - São locais onde a pele queimada pode ficar em contacto com pele também queimada, o que pode originar colagem. Assim, em todos estes pontos deve interpor compressas ou panos limpos, sem pêlos e molhados, para se evitar a colagem.
  • Queimaduras provocadas por produtos químicos - Ocorrem quando a pele entra em contacto com produtos cáusticos, ácidos ou alcalinos. Na maioria das situações a vítima é rapidamente colocada debaixo de água corrente, de preferência chuveiro, completamente vestida. A roupa é retirada durante o duche, o qual deve demorar, no mínimo, de 15 a 20 minutos, sendo esta a primeira atitude a tomar. Quando a quantidade de produto químico é grande ou, tratando-se de pó, deve retirar-se o máximo possível com um pano antes de fazer a lavagem pois o pó poderá fazer reacção com a água e provocar um aumento da lesão. Nunca usar produtos neutralizantes que podem causar maior lesão devido a reacções químicas com libertação de calor.

Queimaduras

O que são?

São lesões na pele provocadas pelo calor, frio ou por outros agentes físicos ou químicos, tais como: fogo, atrito, fricção, líquidos ferventes, vapores, electricidade, radiações solares, etc.
Estas lesões têm consequências graves no nosso corpo, desfigurando-o e ocasionando perda de função ou movimentos, deformando ou lesando órgãos, podendo, mesmo, causar a morte por desidratação, choque ou infecção.

A avaliação da gravidade é importante para determinar o estado crítico da vítima e, assim, determinar a necessidade de tratamento e evacuação. Essa avaliação é feita tendo em conta os factores de gravidade: profundidade, extensão, localização e idade.


Profundidade







As imagens ajudam na compreensão da profundidade/grau da queimadura.



1º Grau: A camada de pele atingida é a epiderme. A pele apresenta-se vermelha (eritema), quente, seca, dolorosa e sente-se ardor.






2º Grau: Para além da epiderme é também atingida a derme. A pele apresenta-se igualmente vermelha, quente, seca com ardor e dor, aparecendo flictenas (bolhas) que têm no seu interior um líquido (plasma).






3º Grau: é atingida a totalidade do tecido cutâneo e tecido adiposo. Há destruição da pele e de outros tecidos adjacentes, podendo chegar à carbonização. Poderá haver destruição das extremidades de nervos sensitivos. Todavia, à volta das zonas de terceiro grau, há outras de 2º e 1º que mantêm as terminações nervosas intactas, o que causará bastante dor.


Extensão

Tem em conta a quantidade de pele atingida. Se uma vítima tiver um membro superior queimado ou uma área equivalente, deve ser considerada um "grande queimado", situação que é sempre muito grave. Um indivíduo com um terço da sua pele queimada poderá morrer em consequência das lesões decorrentes da queimadura.

Localização

Queimaduras na face, mãos, órgãos genitais e articulações são sempre graves independentemente do seu grau. Também as queimaduras anteriores do tórax e do pescoço devem ser consideradas graves.

Idade

As queimaduras são mais graves nas idades extremas (crianças e idosos) sendo, nestes casos, o risco de infecção maior (sepsis).

Situações ocasionadas

  • Choque - Devido à dor violenta e perda abundante de plasma quando esta se verifica. É frequente nos grandes queimados.
  • Infecção - Frequente nas queimaduras de 3º grau pela destruição da pele (perda da defesa contra as infecções).
  • Edema da Glote - Devido à reacção do calor sobre a mucosa laríngea, esta edemacia pode provocar obstrução da via aérea superior.
  • Lesão pulmonar - Este tipo de lesão pode ser provocada por calor directo ou vapor de água quente e em particular por fumos que provocam reacção inflamatória pulmonar.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Acidentes de Carro

Perante um acidente de automóvel é necessário agir com rapidez. Se existirem já pessoas a ajudar, o melhor que tem a fazer é seguir em frente e retirar-se do local. Se não existe ninguém no local deverá averiguar a situação de modo a ajudar sem causar maior perigo para as pessoas afectadas ou mesmo para quem socorre.


Actuação


- Para o próprio carro fora da estrada. Se for de noite, dirigir a luz dos faróis, em posição de cruz, até ao lugar do acidente.

- Se se tiver incendiado, apagar o fogo do veículo sinistrado com areia, terra ou extintor. Nunca utilizar água.

- Desligar o motor dos veículos acidentados de forma a evitar incêndios e accionar o travão de mão.

- Sinalizar o local de forma bem visível.

- Se existe mais do que uma pessoa a ajudar, que uma delas procure ajuda especializada.

- Se existe mais do que um ferido, atender primeiro o mais grave.

- Se o acidentado é um motociclista nunca se deve tirar-lhe o capacete.

- Afrouxar a roupa do acidentado e cobri-lo com uma manta ou casaco, com a preocupação de que esteja o mais cómodo possível.

- Verificar a pulsação e a respiração.

- Se existem alterações, deitar-lhe a cabeça para trás levantando-lhe o queixo com cuidado para libertar as vias respiratórias.

- Devido ao risco de que sofra de fracturas e/ou lesões, não se deve mover o acidentado, a menos que a sua segurança assim o exija.

- Se estiver consciente, conversar com ele, tranquilizá-lo e pedir-lhes detalhes sobre possíveis lesões ou doenças anteriores que possam ser importantes para o médico.

- Prestar os primeiros socorros segundo o tipo de lesões que se encontre e dos meios de que se disponha, no caso de se saber como o fazer.

- Evacuar os feridos com as precauções que se as suas lesões determinam. Evitar amontoar os feridos num automóvel com a ânsia de os transportar para um centro médico.

- Reter toda a informação possível sobre o local, as circunstâncias e o momento do acidente. Se não for possível transmitir directamente ao médico os dados memorizados, é preciso anotá-los e assegurar-se de que eles os receba.

- Quando o veículo acidentado é um camião-cisterna que transporta produtos químicos, é necessário duplicar a prudência: pode ser perigoso aproximar-se sem ter roupa ou protecção especiais.


Remoção do Acidentado

Se, depois de comprovar que o seu estado o permite e que não existem lesões na coluna vertebral, se decide a ajudar o acidentado a sair do veículo, é necessário segurá-lo por trás, passando-lhe os braços por cima das axilas e agarrar-lhe a mandíbula (maxila/peça da armadura bucal) com uma mão para lhe segurar a cabeça quando o largar.

No caso de existir uma hemorragia é preciso tentar estancá-la com pensos e compressão. Se existirem fracturas, estas devem ser imobilizadas adequadamente. De seguida é preciso proteger as feridas e as fracturas abertas e com pensos e, se possível, com ligaduras. Se a vítima apresenta um quadro de choque ou colapso circulatório, colocá-la em posição lateral de segurança (posição que iremos explicar e aprofundar mais à frente) e abrigá-la convenientemente até que receba a oportuna assistência médica.


Ataque epiléptico

O que é?
A epilepsia é uma perturbação neurológica que se caracteriza por episódios súbitos de disfunção cerebral. Apresenta-se como perdas de cosciência ou crises de convulsões localizadas ou generalizadas, de maior ou menor intensidade. Um ataque epiléptico surge de uma perda de consciência súbita, que pode provocar lesões ou contracturas musculares, devido à queda desamparada provocada pelo desmaio. Na maioria das vezes, durante um ataque, o doente pode morder a língua, espumar ou mesmo urinar. Terminado o ataque, a vítima pode entrar num período de prostração, ficando abatida ou desorientada, contudo, depressa recupera e volta ao seu estado normal sem se recordar do sucedido.
Uma crise epiléptica divide-se em três fases distintas:
1. Fase Tónica: o doente começa por dar um grito, em seguida perde a consciência e cai no chão. Imediatamente os seus músculos começam a contrair, contracção essa que dura entre 10 a 20 segundos.

2. Fase Crónica: todo o corpo da vítima sofre uma série de tremores impossiveis de controlar, com sucessivas contrações e descontrações de toda a musculatura. Este período dura entre 30 a 120 segundos, arespiração pára, o pulso acelera e a produção de saliva aumenta.

3. Fase Pós-Crítica: neste momento as convulsões já cessaram, surge o relaxamento muscular que, em algumas situações, pode levar a uma falha involuntária dos esfíncteres e a urina involuntária. O doente recupera a consciência sem se lembrar do sucedido, geralmente confuso e sonolento. Esta fase pode durar entre 2 a 25 minutos.

Depois de um ataque epiléptico pode dar-se o caso de surgirem novas convulsões, quando isto acontece ininterruptamente dá-se o nome de Estado Epiléptico. Se a vítima não for assistida o estado epiléptico pode durar horas e se não lhe for administrado tratamento adequado, a sequência de convulsões pode originar lesões graves.

Primeiro Socorro

Caso dê conta de um ataque epiléptico:
- Tente amparar a queda da vítima para evitar lesões graves;
-Afaste os objectos próximos e crie um espaço de segurança a redor da vítima, procurando tornar a zona silenciosa e tranquila.
-Não agarre a vítima para tentar conter as convulsões, apoie a cabeça do doente no seu colo para evitar traumatismos;
-Coloque um pano dobrado na boca do doente, entre os dentes para não morder a língua;
-Desaperte as roupas que comprimam o pescoço, o tórax e a cintura.
-Espere que o ataque termine e nunca abandone o doente;
-Quando a crise terminar, coloque o doente na Posição Lateral de Segurança (PLS) até que recupere por completo;
-Caso se inicie uma segunda crise, chame uma ambulância para transportar o doente até uma unidade hospitalar;

O que não deve fazer:

-Não imobilize o doente de modo a impedir os tremores;
-Não desloque o doente, salvo se este se encontrar num local perigoso;
-Não lhe dar qualquer tipo de bebida líquida até que recupere por completo;
-Não demorar no transporte do doente para o hospital caso a crise se repita ou persista durante mais de 10 minutos;